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Indústria têxtil sustentável: desafios e soluções

Blog SGS PortugalBens de Consumo e Retalho13 Nov 2024

Autora:
Luísa Ferreira
Product Technician, SGS Portugal
 

A dimensão da pegada ambiental do setor têxtil exige uma mudança de paradigma. Conheça os pilares que o podem transformar numa indústria têxtil sustentável.

Os dados mais recentes confirmam que a produção têxtil é a segunda indústria mais poluente do mundo, atrás apenas da petrolífera, responsável por aproximadamente 1,2 mil milhões de toneladas de emissões de gases com efeito de estufa (mais do que os voos internacionais e o transporte marítimo combinados). Ainda que sejam bem conhecidas as contribuições positivas para a economia associadas a este setor, que emprega dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo, este protagonismo pela positiva tem um reverso: uma pegada ambiental proporcional à sua dimensão económica, o que justifica que o conceito de indústria têxtil sustentável ganhe cada vez mais terreno.

Uma sustentabilidade que passa por uma mudança de paradigma: de uma economia linear no fabrico, distribuição e uso de vestuário - a maioria das fibras são extraídas de recursos não renováveis, as roupas são fabricadas para usar muito pouco tempo e descartadas em aterros ou incineradas -, para uma economia circular.

Os 4 pilares de uma indústria têxtil sustentável

São quatro os principais pilares da economia circular neste setor:

1. Os materiais
Cada vez mais a aposta deverá ser em matérias-primas que possam ser recicladas, substituindo as atuais fibras plásticas por fibras biodegradáveis. 

2. A produção
Exige-se uma transição energética ao nível da produção, com o recurso à energia renovável como fonte de abastecimento para o funcionamento da maquinaria que, por sua vez, deve ser concebida para ser energeticamente eficiente.

O que era, até aqui, comum, ou seja, processos com um consumo intensivo de água e níveis elevados de poluição, devido ao recurso a químicos, deixa de o ser, com a aposta no uso de corantes de origem natural ou corantes sintéticos de baixa temperatura, com um consumo de energia muito mais reduzido.

3. O uso
Deverá haver também uma mudança no que diz respeito ao ciclo de vida do vestuário, até aqui muito curto, o que pode ser controlado através de abordagens de revenda e aluguer. 

A quantidade de roupa comprada, por pessoa, na União Europeia (UE) aumentou 40% em apenas algumas décadas, impulsionada pela queda dos preços e pelo aumento da velocidade com que a moda chega aos consumidores. A chamada ‘fast fashion’, ou moda descartável, deve ser substituída por roupas duráveis, com maior qualidade, que permitam o uso a longo prazo através de um compromisso e de políticas associadas às marcas (o ‘slow fashion’). São disso exemplo os designs com efeito anti-sujidade, que necessitam de menos lavagem, poupando assim água, emissões de gases com efeito de estufa e fibras/corantes.

4. Depois do uso
É urgente facilitar a recolha de roupa usada, a sua triagem e reciclagem, uma vez que, neste momento, menos de metade das roupas usadas na União Europeia é recolhida para reutilização ou reciclagem quando já não é necessária, e apenas 1% é reciclada em roupas novas.

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