Autora:
Adriana Moura
Product Manager, Connectivity & Products, SGS Portugal
Num cenário onde a procura por produtos sustentáveis cresce, o greenwashing emerge como uma prática enganosa, que as novas regras da UE visam combater.
Numa altura em que as preocupações ambientais moldam cada vez mais as decisões de compra e em que a sustentabilidade se assume como uma política prioritária para muitas organizações, a aposta no que é ‘verde’ conquista cada vez mais adeptos, sobretudo por ser também vista como um motor de receitas e crescimento. No entanto, há quem aproveite este ímpeto ambientalista para capitalizar sem causar um verdadeiro impacto, ou seja, promovendo benefícios que não existem verdadeiramente ou que são inferiores ao alegado. É o chamado greenwashing.
Os dados confirmam o potencial do ‘negócio’ da sustentabilidade. O ‘Estudo de Sustentabilidade Global de 2022: O Potencial de Crescimento das Mudanças Ambientais’, realizado pela Simon-Kucher e que inquiriu mais de 11.500 consumidores em todo o mundo, mostra que 71% estão a fazer mudanças na forma como vivem e nos produtos que compram, num esforço para viver de um modo mais sustentável.
De facto, a esmagadora maioria dos consumidores globais já fez mudanças nos seus comportamentos de consumo ao longo do tempo e, quando se incluem aqueles que também fizeram pequenas alterações, a percentagem dos que se tornaram “mais ecológicos” nas suas compras sobe para 89%.
No entanto, há uma falta de clareza nas alegações ambientais associadas a alguns produtos que não escapa ao olhar do consumidor, com 21% dos inquiridos neste mesmo relatório a confirmarem a desconfiança em relação às alegações de sustentabilidade feitas pelas empresas e uma preocupação com o greenwashing.
Medidas da UE para travar o greenwashing
E parece haver motivos de sobra para isso. Uma sondagem, feita em 2022 pela consultora Harris Poll a cerca de 1.500 executivos de topo de várias empresas em todo o mundo, revelava que 58% desses mesmos líderes admitiam que as suas empresas exageravam nos ‘claims’ associados à sustentabilidade ou que, por vezes, chegaram a fazer greenwashing.
É para combater o que parece estar a tornar-se uma tendência que o Parlamento Europeu aprovou uma diretiva que visa melhorar a rotulagem dos produtos e proibir a utilização de alegações ambientais enganosas, numa tentativa de reforçar a proteção dos consumidores e de os ajudar a fazer melhores escolhas de compra.
Alegações como "amigo do ambiente", "natural", "biodegradável", "neutro para o clima" ou "eco", colocadas nos rótulos de forma genérica, sem a existência de uma prova que lhes dê credibilidade, vão passar a ser proibidas, com a criação de uma regulamentação para a rotulagem de sustentabilidade que pretende, no futuro, que sejam apenas permitidos na União Europeia (UE) rótulos baseados em sistemas de certificação.
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