Autora:
Sara Pardal
Environmental Biologist e-DNA Specialist da SGS Portugal
Na Europa, o combate às espécies invasoras faz-se através de regulamentos e estratégias, com resultados que continuam a indicar a necessidade de mais ação.
As espécies invasoras, ou seja, animais e plantas introduzidas de forma acidental ou deliberada, fora do seu local de origem, ‘custam’ caro, tendo um impacto na saúde, no ambiente e na economia. São de acordo com a Comissão Europeia, uma das cinco principais causas da perda de biodiversidade, com um impacto económico estimado em cerca de 12 mil milhões de euros por ano na União Europeia (UE).
É por isso que a prevenção, minimização e mitigação dos seus impactos adversos na biodiversidade nativa e nos serviços de ecossistema é levada muito a sério, traduzindo-se numa série de regras e regulamentos cujo objetivo passa também por limitar os danos a nível social e económico.
As espécies invasoras na Estratégia de Biodiversidade
A Estratégia de Biodiversidade da UE para 2030 é um plano que visa proteger a natureza e reverter a degradação dos ecossistemas, através de uma série de ações e compromissos específicos. Um dos quais passa por gerir as espécies invasoras já presentes e reduzir, para metade, até 2030, o número das espécies que estão ameaçadas e identificadas na chamada Lista Vermelha.
Esta lista, tendo por base a Lista Vermelha Global de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, trata-se de um repositório onde se identificam as espécies ameaçadas a nível europeu e para as quais são tomadas medidas de conservação adequadas para melhorar o seu estatuto.
Ao todo, já foram avaliadas mais de 10.000 espécies na Lista Vermelha Europeia, incluindo vertebrados, moluscos de água doce e terrestres, árvores e plantas medicinais, libélulas, borboletas, abelhas, entre muitos outros.
Para atingir o objetivo proposto de proteção destas espécies, o foco está na prevenção de novas introduções e na gestão das espécies invasoras já estabelecidas.
Na UE:

Regulamento sobre Espécies Exóticas Invasoras
O Regulamento sobre Espécies Exóticas Invasoras (Regulamento 1143/2014), que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2015, inclui um conjunto de medidas que devem ser tomadas em toda a UE quando em causa estão estas espécies. Tendo como ponto de partida as que estão incluídas numa lista específica e que, por isso, estão sujeitas às restrições e medidas definidas no Regulamento – que inclui restrições à manutenção, importação, venda, reprodução, cultivo e libertação para o ambiente.
O grande objetivo aqui é prevenir e minimizar o impacto adverso destas espécies invasoras. Para isso, os Estados-Membros são obrigados a:
- tomar medidas sobre as vias de introdução não intencional, ou seja, apostar na prevenção;
- tomar medidas para a deteção precoce e erradicação rápida destas espécies;
- gerir espécies que já se encontram amplamente distribuídas no seu território.
O que tem sido feito
Em 2021, a Comissão Europeia publicou o primeiro relatório sobre a aplicação do Regulamento das Espécies Exóticas Invasoras, com boas notícias: os objetivos estavam a ser cumpridos, ou seja, as medidas de prevenção e gestão, a partilha de informação e a sensibilização para o problema tinham sofrido melhorias. Mesmo assim, o documento dava conta de um caminho que era ainda necessário percorrer.
A realidade nacional
Em Portugal, existe também uma Lista Nacional de Espécies Invasoras, lista essa que é objeto de planos de ação nacionais, promovidos pelas entidades competentes em articulação com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), ou locais, promovidos por qualquer entidade pública ou privada com competência ou interesse na matéria, e aprovados pelo ICNF. Planos esses destinados ao controlo, contenção ou erradicação.
Exemplo de um destes planos, que se encontra em vigor, está associado à vespa asiática, uma espécie não-indígena, predadora da abelha europeia, cuja introdução involuntária na Europa remonta a 2004, tendo chegado ao nosso país em 2011.
O papel dos estudos de biodiversidade
Quando se trata do tema das espécies invasoras, os estudos de biodiversidade têm um papel importante a vários níveis. Tudo começa com a deteção e monitorização precoce, ao configurarem uma ferramenta que permite ajudar na deteção de espécies invasoras através da monitorização contínua dos ecossistemas, o que, por sua vez, permite uma ação rápida para controlar ou erradicar as espécies.
O estudo da biodiversidade permite ainda a obtenção de informação sobre as interações entre as espécies nativas e as invasoras, que pode ajudar a prever o potencial impacto nos ecossistemas. Dados que são ainda essenciais para a realização de estratégias de gestão das espécies invasoras.
O impacto ecológico, assim como a melhor forma de restaurar os ecossistemas, é também possível de avaliar através dos estudos de biodiversidade que contribuem para a sensibilização pública e para desenvolvimento de políticas ao destacar a importância do controlo das espécies invasoras.
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