Cadeia de abastecimento sustentável, um compromisso inadiável

Autora:
Ana Machado
Certification and Business Enhancement Product Manager da SGS Portugal
 

Integrar sustentabilidade na cadeia de abastecimento faz mais do que reduzir emissões: aumenta a eficiência e fortalece a responsabilidade social e ambiental.

 Quando se fala de sustentabilidade, há vários parâmetros e dimensões a considerar, que vão das preocupações ambientais, às associadas à responsabilidade social, económica e legal. Costuma dizer-se que o cliente tem sempre razão, mas ainda que nem sempre seja assim, é um facto que são, em última análise, os clientes a determinar o caminho que as organizações seguem. E tendo em conta a importância que a sustentabilidade tem nos dias de hoje, não é de estranhar que esta precise de fazer parte, cada vez mais, de todos os aspetos de uma organização, o que inclui a cadeia de abastecimento.

De resto, sabe-se que a complexidade inerente a estas cadeias resulta num impacto cada vez mais significativo no ambiente. De acordo com um relatório do Carbon Disclosure Project, as cadeias de abastecimento das empresas são responsáveis por até 11,4 vezes as suas emissões diretas de gases com efeito de estufa (mais de 90% do total das suas emissões). 

Mas o que é que significa falar de sustentabilidade numa cadeia de abastecimento? Aqui, pode querer dizer muitas coisas, das mais pequenas aos fatores de maior dimensão: se as embalagem são recicláveis ou reutilizáveis, qual o grau de uso de recursos naturais, se o envio respeita o ambiente e por aí fora.

E é também da responsabilidade da empresa garantir a sustentabilidade na cadeia de abastecimento mais ampla, o que significa avaliar os fornecedores para garantir que o seu compromisso no que diz respeito a este tema é contínuo, bem como considerar práticas laborais justas e um impacto ambiental reduzido. 

Benefícios da sustentabilidade na cadeia de abastecimento

São vários os benefícios de uma política de sustentabilidade na cadeia de abastecimento, sendo o principal a redução do risco, ao qual se junta uma oportunidade de poupança, uma vez que o investimento em práticas sustentáveis permite uma redução do desperdício dos processos na cadeia de abastecimento, tendo como resultado maior eficiência e, eventualmente, maiores retornos em termos de margens e uma redução dos requisitos energéticos. O que vai ainda contribuir para uma melhoria na fiabilidade e resiliência.

A questão da imagem da marca é também importante: sendo a sustentabilidade cada vez mais prioritária para os consumidores e para a sociedade como um todo, incorporá-la na gestão da cadeia de abastecimento pode proteger contra danos à reputação causados por impactos ambientais negativos ou práticas laborais pouco éticas. 

Ao mesmo tempo, a gestão sustentável da cadeia de abastecimento pode ajudar na conformidade regulamentar, garantindo que as operações estão alinhadas com as leis locais e internacionais.