Autor:
Álvaro Pérez Villanueva
Project Manager en SGS Productivity and 6 Sigma Black Belt
É possível melhorar a eficiência na sala de operações sem comprometer a qualidade dos cuidados?
Bill Gates disse-o claramente:
A automatização aplicada a uma operação eficiente aumentará a eficiência; a automatização aplicada a uma operação ineficiente aumentará a ineficiência.
Antes de digitalizar e modernizar as salas de operações, é essencial otimizar os seus processos. A metodologia Lean Healthcare aplicada ao ambiente cirúrgico reduz o desperdício, melhora o planeamento e garante uma melhor experiência para os doentes e profissionais de saúde.
Os 10 principais problemas que afetam a eficiência cirúrgica
Através de uma análise detalhada do fluxo de trabalho nos blocos operatórios, identificámos uma lista de dez problemas críticos que têm impacto na produtividade e na qualidade dos cuidados:
1. Tempo de paragem entre cirurgias
- Atrasos na programação e preparação das salas de operações
- Ineficiência na gestão dos turnos do pessoal
- Falta de coordenação entre as equipas médicas e administrativas
2. Baixa utilização dos blocos operatórios
- Cancelamentos e reagendamentos frequentes
- Falta de normalização dos tempos cirúrgicos
- Gestão ineficaz dos materiais e equipamentos
3. Sobrecarga e falta de equilíbrio nos horários
- Atribuição excessiva de doentes em determinados dias
- Impacto na disponibilidade de camas e recursos
- Atrasos na programação cirúrgica devido a desfasamentos na carga de trabalho
4. Gestão ineficaz da informação
- Dependência de registos manuais e sistemas desatualizados
- Falta de integração digital entre as áreas médica e administrativa
- Erros na transmissão e no acesso a dados essenciais
5. Fluxos operacionais mal otimizados
- Elevados tempos de espera para atribuição de camas e salas de operações
- Atraso nos processos de alta hospitalar, afetando a disponibilidade de recursos
- Circuitos internos com estrangulamentos que atrasam a prestação de cuidados
6. Problemas na gestão do pessoal cirúrgico
- Falta de disponibilidade ou afetação inadequada de recursos humanos
- Sobrecarga de trabalho em determinadas alturas
- Má comunicação entre cirurgiões, anestesistas e enfermeiros
7. Atrasos na disponibilidade de materiais e equipamentos
- Deficiências na logística e no reabastecimento de materiais
- Problemas na esterilização e preparação dos instrumentos
- Falta de um sistema de controlo das existências em tempo real
8. Falta de normalização dos principais protocolos
- Variabilidade nos prazos e critérios dos procedimentos cirúrgicos
- Impacto na segurança dos doentes e na eficiência operacional
- Dificuldades em medir e otimizar o desempenho cirúrgico
9. Deficiências na comunicação e coordenação
- Falta de integração entre os sistemas de informação dos hospitais
- Utilização limitada de ferramentas digitais para o planeamento e o acompanhamento das cirurgias
- Feedback limitado para a melhoria contínua dos processos
10. Impacto na experiência dos doentes
- Atrasos nos tempos de espera pré-cirúrgicos
- Falta de informação clara sobre a programação cirúrgica
- Stress e ansiedade dos doentes devido à incerteza do processo
Estes problemas refletem a necessidade de uma intervenção estruturada que combine as metodologias Lean Healthcare com soluções tecnológicas avançadas para otimizar a eficiência operacional e melhorar a qualidade dos cuidados.
A Solução: Lean Healthcare e Tecnologia Aplicadas à Gestão Cirúrgica
Para enfrentar os desafios detetados, propomos uma estratégia baseada na combinação de Lean Healthcare e de tecnologias avançadas para otimizar a gestão do bloco cirúrgico.
Principais soluções:
- Otimização de processos com ferramentas Lean, eliminando desperdícios e redesenhando fluxos de trabalho utilizando metodologias como o Value Stream Mapping (VSM);
- Digitalização e automatização do planeamento cirúrgico com software especializado, dashboards com KPIs e sistemas de gestão visual para melhorar a rastreabilidade e reduzir os erros administrativos;
- Monitorização em tempo real dos blocos operatórios, do pessoal e do equipamento para otimizar a utilização dos recursos e minimizar o tempo de inatividade;
- Cirurgia assistida por robots, redefinição dos fluxos cirúrgicos, formação do pessoal e utilização de simulações pré-operatórias para melhorar a eficiência;
- Balanço entre a carga e a normalização de protocolos, desenhando modelos de programação cirúrgica equilibrados e otimizando os tempos de recuperação na Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos (UCPA);
- Formação contínua do pessoal em metodologias céleres e melhoria da comunicação interdepartamental para reforçar a coordenação.
Para uma implementação eficaz, é essencial:
- Definir o valor na perspetiva do paciente;
- Conceber fluxos de trabalho eficientes que eliminem interrupções desnecessárias;
- Garantir um fluxo de trabalho contínuo que seja adaptável à procura de cuidados;
- Promover uma cultura de melhoria contínua baseada na análise e resolução de problemas;
- Incentivar a liderança e a participação da equipa multidisciplinar.
Conclusão:
A otimização do funcionamento do bloco cirúrgico requer uma abordagem holística, que combine a engenharia de processos, a tecnologia avançada e a metodologia Lean Healthcare. A colaboração com a SGS Productivity, uma empresa de consultoria especializada, permite a implementação de sistemas de melhoria contínua adaptados a cada hospital. Graças à sua vasta experiência na implementação da metodologia Lean em vários sectores, como o alimentar, o automóvel, o farmacêutico e o logístico, a SGS Productivity oferece um conhecimento transversal que enriquece a transformação do ambiente hospitalar.
A aplicação destes princípios não só aumenta a eficiência do hospital, como também tem impacto na segurança do paciente, na redução de custos e na satisfação do pessoal. Com a estratégia correta, a transformação do bloco operatório do hospital pode tornar-se um motor de inovação na organização hospitalar moderna.
O seu hospital está a otimizar ao máximo as suas salas de operações?
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